PIB do Brasil cai 1,5% no 1º tri, mesmo sem impacto total da pandemia

PIB do Brasil cai 1,5% no 1º tri, mesmo sem impacto total da pandemia

Com medidas restritivas da economia iniciadas em março, recuo deve ser ainda maior no segundo trimestre, quando a Covid-19 acelerou

Por Larissa Quintino – Atualizado em 29 May 2020, 09h44 – Publicado em 29 May 2020, 09h00

economia brasileira apresentou queda de 1,5% no primeiro trimestre de 2020 na comparação com o quarto trimestre de 2019, segundo dados divulgados nesta sexta-feira, 29, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado, que não pode ser totalmente atribuído à crise do coronavírus, prenuncia o tamanho do recuo no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil na sequência do ano, em que passou a ser mais afetado pelos efeitos da pandemia. O primeiro caso de coronavírus no país foi confirmado no fim de fevereiro e as restrições a atividades não essenciais, como comércio e serviços, começaram a ser adotadas na segunda quinzena de março. Com apenas um sexto do trimestre sobre os efeitos de fato da Covid-19, o tombo no primeiro tri mostra que não havia grande aceleração no início deste ano e, por causa do recuo da atividade econômica, a queda foi brusca. A queda do PIB do primeiro trimestre deste ano interrompe a sequência de quatro trimestres de crescimentos seguidos e marca o menor resultado para o período desde o segundo trimestre de 2015 (-2,1%).

Ao fim do mês de março, o Brasil registrava 201 mortes e 5.717 casos da doença confirmados, segundo o Ministério da Saúde. Na última quinta-feira, o país chegou aos 438.238 casos e 26.754 vítimas fatais da doença. As economias, que ao fim do primeiro trimestre começavam a fechar, continuam com a atividade reduzida.

Segundo o IBGE, a retração da economia no primeiro trimestre foi causada, principalmente, pelo recuo de 1,6% nos serviços, setor que representa 74% do PIB e foi o primeiro a ser atingido pelas medidas de distanciamento social. Também houve recuo significativo na indústria, com recuo de 1,4%, refletindo uma queda de demanda. O único setor que apresentou avanço foi a agropecuária, com crescimento de 0,6% no período. “Aconteceu no Brasil o mesmo que ocorreu em outros países afetados pela pandemia, que foi o recuo nos serviços direcionados às famílias devido ao fechamento dos estabelecimentos. Bens duráveis, veículos, vestuário, salões de beleza, academia, alojamento, alimentação sofreram bastante com o isolamento social”, explica  a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia. Apesar de três anos de crescimento — 1,3% em 2017 e 2018 e 1,1% em 2019 — o Brasil ainda não havia revertido a queda do ritmo da economia tida com a recessão de 2015 e 2016, quando o país caiu 3,5% e 3,3%, respectivamente. Por isso, a desaceleração trazida pela crise do coronavírus é sentida de forma profunda no desempenho da economia.

Consumo das famílias em queda

Segundo o IBGE, os efeitos da pandemia também influenciaram a queda de 2% no consumo das famílias. “Foi o maior recuo desde a crise de energia elétrica em 2001”, diz Rebeca, acrescentando que o consumo das famílias pesa 65% do PIB. O consumo do governo ficou praticamente estável (0,2%) no primeiro trimestre deste ano, mesmo patamar do último trimestre de 2019. Os investimentos privados (Formação Bruta de Capital Fixo), por outro lado, cresceram 3,1%, puxados pela importação líquida de máquinas e equipamentos pelo setor de petróleo e gás. A produção nacional de máquinas e equipamentos e a construção caíram.

Já a balança comercial brasileira teve uma queda de 0,9% nas exportações de bens e serviços, enquanto as importações de bens e serviços cresceram 2,8%. “As exportações foram bastante prejudicadas pela demanda internacional. Um dos países muito importantes para a gente que tem afetado nossas exportações é a Argentina. E a China também, que no primeiro trimestre foi o primeiro país a fechar as fronteiras. Então as nossas exportações foram bastante afetadas”, afirma a coordenadora.

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